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Conheça as iniciativas do IFSertãoPE voltadas aos povos indígenas


Nesta sexta-feira, dia sete de fevereiro, comemora-se o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas. A data enfatiza a busca por direitos e políticas públicas voltadas para os indígenas brasileiros. Dentre elas, a educação destaca-se como um dos instrumentos mais importantes de conscientização, resistência e reconhecimento da diversidade cultural do nosso país. O IFSertãoPE reconhece a importância de fortalecer a educação decolonial e, por isso, desenvolve projetos e programas de extensão que dialogam diretamente com as comunidades indígenas.

Recentemente, o Instituto deu um passo importante ao oferecer, a partir de 2025, dois cursos de licenciatura exclusivos para povos indígenas de Pernambuco. Os cursos de Licenciatura em Matemática Intercultural e Licenciatura em Pedagogia Intercultural serão ofertados no campus Floresta com financiamento do Programa de Fomento à Formação Superior e Pedagógica Intercultural Indígena (ProLind).

Os Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs) estão em fase final de elaboração para inserção no sistema do Ministério da Educação (MEC) e devem passar pelos Conselhos do campus nos próximos dias. A previsão é de que o processo seja finalizado até o final de fevereiro.

Os novos cursos reforçam o compromisso que o IFSertãoPE tem com as comunidades indígenas pernambucanas, que não é recente. Desde 2018, o instituto faz parte do programa Ação Saberes Indígenas na Escola, uma iniciativa nacional criada em 2013 para a formação continuada de professores indígenas.

A professora Edvania Granja é coordenadora do programa no IFSertãoPE, e relembra as dificuldades que enfrentou para que o instituto pudesse aderir à iniciativa “o MEC enviou uma carta convite ao instituto para adesão ao programa, mas, por um equívoco administrativo, a carta foi arquivada sob a justificativa de que Pernambuco não possuía população indígena”. Mas, mesmo com a dificuldade inicial, Edvania não desistiu, pelo contrário, foi insistente nas tentativas junto ao MEC, e em 2017 o programa foi implementado no IFSertãoPE, em uma parceria com a Universidade do Estado da Bahia.

Desde então, o programa só cresceu. O que antes atendia apenas um povo indígena, os Pankararus, hoje contempla seis etnias em Pernambuco: Pankararus, Entre Serras Pankararu, Truká, Pankará da Serra do Arapuá, Atikum e Pipipã. Além disso, a parceria com a universidade baiana possibilitou a expansão para indígenas da região norte da Bahia. Hoje, o IFSertãoPE atende mais de 500 indígenas com as ações do Saberes Indígenas.

Além da formação de professores, o Saberes Indígenas na Escola também é referência na produção de livros didáticos. O trabalho desenvolvido com o povo pankararu já rendeu a produção de três livros, dos quais 2 já foram lançados e distribuídos, totalizando cinco mil exemplares impressos. Atualmente, o terceiro livro do povo está em fase de editoração, e os outros povos também já iniciaram suas produções: Povo Truká com três livros e Pancará com um.

O IFSertãoPE também desenvolve projetos de extensão voltados à comunidade indígena. Ao todo, o instituto atua com 10 projetos que se associam às pautas dos povos originários. Vamos conhecê-los?

Falas da Terra: Povos Pankararus e Pipipã é um projeto desenvolvido pela professora Camila Teixeira, com o intuito de apresentar a diversidade e a luta dos povos indígenas da microrregião de Itaparica, através de uma série audiovisual.

Também desenvolvido pela professora Camila, Escolas da Reconquista: Convívio Intercultural e Pedagogias Transgressoras Indígenas (Povo Pankararu) promove oficinas sobre educação indígena Pankararu em escolas de Floresta-PE e Tacaratu-PE.

O projeto de extensão A preservação da cultura e tradições dos povos indígenas de Pernambuco, elaborado pelo professor Alex de Souza Magalhães, propõe a realização de um levantamento das práticas culturais, mitos rituais, línguas e expressões artísticas da comunidade pernambucana.

Gamificando Histórias Indígenas foi idealizado pelo professor Heraldo Goncalves Lima Junior, que utiliza a tecnologia para difundir e valorizar a cultura indígena. A iniciativa cria objetos de aprendizagem interativos no Scratch, apresentando histórias gamificadas sobre a comunidade Truká, em Cabrobó-PE.

Resgatando Memórias e Encantos da Comunidade Truká é um projeto desenvolvido pela professora Luciana Cavalcanti de Azevedo, e busca valorizar e preservar a memória do povo Truká por meio do teatro.

Física Itinerante: Perspectivas de Intervenção no Ensino de Física em Escola de Comunidade Indígena dos Povos Atikum busca promover a divulgação científica e o ensino de Física na aldeia Massapê, em Salgueiro-PE e é realizado pelo professor Eriverton da Silva Rodrigues.

O professor Eduardo Barbosa Vergolino promove diálogos sobre Educação em Direitos Humanos com mulheres indígenas da microrregião de Itaparica, a partir do projeto Mulheres Indígenas: A Fortaleza do Saber Ancestral em Corpo e Território.

Cinema com Toré – Povo Atikum Salgueiro é uma iniciativa do professor Walfrido Cabral Claudino, realizada em parceria com o Povo Atikum Salgueiro, para exibição de filmes de temática indígena seguidos de rodas de diálogo e do ritual do Toré.

Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) é um projeto desenvolvido pela professora Elka Janaina dos Santos e Silva, com o objetivo de promover estudos, pesquisas e ações de extensão sobre questões étnico-raciais. A iniciativa busca fortalecer a identidade afro-brasileira e indígena dos alunos do Campus Petrolina Zona Rural, garantindo a efetivação da Lei 11.645/2008.

Núcleo de Incentivo à Leitura de Autores Africanos, Afrodescendentes e Indígenas do IFSertãoPE – Campus Floresta (Fase 2) tem o objetivo de dar visibilidade à produção literária de escritores pertencentes a grupos historicamente minorizados. A iniciativa da professora Camila Teixeira promove atividades de leitura, produção textual e debates com estudantes de escolas estaduais e do Ensino Médio Integrado do campus Floresta.

Reportagem: Yanne Nascimento / Edição: Larissa Lins

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