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Projeto do campus Santa Maria da Boa Vista incentiva o reaproveitamento do lixo de forma criativa


O que pode surgir de um papelão amassado, um palito de picolé ou uma caixa de sapatos rasgada? Para muitos, esses itens são normalmente ignorados ou simplesmente descartados, mas, graças ao projeto “A arte do reaproveitamento”, desenvolvido no campus Santa Maria da Boa Vista do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), o que poderia parar no lixo adquire uma nova utilidade. Lá, a imaginação é quem comanda: um papelão amassado pode se tornar um jogo divertido, o palito de picolé, um acessório e a caixa de sapatos, um porta-objetos.

Primeiro, o trabalho inicia-se com a busca por materiais: plástico, papelão, papel, vidro e madeira são coletados na comunidade e transformados em brinquedos, jogos e utensílios. Após a coleta, a matéria-prima passa por uma curadoria para garantir que os itens selecionados estejam em condições de reaproveitamento. Em seguida, inicia-se o processo de limpeza dos materiais para a confecção. Por fim, novos objetos são feitos pelos alunos, servidores e voluntários do projeto, utilizando técnicas de colagem, pintura e montagem.

O que pode parecer muito simples na prática é, no entanto, uma ação bastante significativa, em termos de impactos ambientais e sociais. Por meio da confecção dos objetos, os participantes têm a oportunidade de aprender mais sobre a necessidade do descarte correto de resíduos e o seu reaproveitamento, além de refletir sobre o ciclo de consumo da população e a importância da preservação ambiental.

Desde que iniciou as suas atividades, em abril deste ano, o projeto extensionista tem como proposta unir arte, educação e consciência ambiental. Ao incentivar a gestão responsável de resíduos, a iniciativa pretende despertar nos alunos o interesse pelo artesanato feito com materiais descartados. O coordenador do projeto, professor Roberto de Holanda, destaca que o principal impacto ambiental é a diminuição de resíduos no meio ambiente. Outro ponto positivo é a economia de matérias-primas para a confecção dos objetos: “afinal, você está reaproveitando uma matéria-prima já confeccionada”, ressalta o educador.

Após realizar a exposição dos artefatos no campus Santa Maria da Boa Vista, em duas escolas da região – Escola Visão e Escola Municipal Prefeito Barrinho – e nos eventos Semiárido Show e durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do campus, a iniciativa entra agora em uma nova fase. Além de se dedicar à manutenção dos objetos já confeccionados, a equipe do projeto deu início à criação de uma maquete que irá representar uma área de produção animal. Desta vez, a ideia é reutilizar materiais como papelão, espetinho de madeira e tela de antena parabólica para dar forma ao projeto. Após a sua conclusão, prevista para o próximo mês, a maquete será exibida em três escolas do município de Orocó, localizado a cerca de 35 km de Santa Maria da Boa Vista.

Texto: Yanne Nascimento

Edição e supervisão: Tito Souza /Ascom

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