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Soltura de peixes no Rio São Francisco marca encerramento do IX WorkShop de Aquicultura e Pesca do IFSertãoPE
Neste sábado, 04 de outubro, é o aniversário do Rio São Francisco. A data marca a primeira vez que os invasores portugueses Américo Vespúcio e André Gonçalves navegaram pelo Opará, forma como o rio era chamado em Tupi-Guarani pelos povos originários. Para celebrar os 524 anos do Velho Chico, o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), promoveu um peixamento no Rio São Francisco, nesta sexta-feira (03).
A soltura dos peixes marcou o encerramento do IX Workshop de Aquicultura e Pesca do Vale do São Francisco, realizado pelo Campus Petrolina Zona Rural do IFSertãoPE. Foram soltos no Velho Chico 25 mil alevinos de três espécies: piau, curimatã e pacamã. “São espécies que atualmente encontram dificuldade em se reproduzir naturalmente no meio ambiente. A gente faz a avaliação de espécies que se encontram em vulnerabilidade. Essas três espécies fazem parte desse quadro”, explicou a Analista de Desenvolvimento Regional da Codevasf, Debóra Louise Barros.
Ao longo das últimas décadas, pescadores e ribeirinhos têm observado a redução no número de peixes no Rio São Francisco. De acordo com a professora do IFSertãoPE e Coordenador do IX Workshop de Aquicultura e Pesca do Vale do São Francisco, Carla Samantha Valério, diversos fatores têm contribuído para o desaparecimento de peixes no rio. “Muito se fala sobre a pesca indiscriminada, mas esse não é o principal fator. As grandes obras, além do processo de poluição do rio e o comprometimento da mata ciliar, têm dificultado a vida dos peixes e o processo reprodutivo. Uma vez que ele não reproduz, à medida que o tempo passa, essas espécies vão desaparecendo”, analisou Valério.
Os alevinos soltos são provenientes do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro (CIRPA) mantido pela Codevasf. Lá, espécies do São Francisco passam por processo de reprodução induzida, gerando novos indivíduos que são introduzidos no ambiente natural ao longo do ano. “Além dessa produção de alevinos para o repovoamento, nós fazemos também doações para pequenos produtores, contribuindo também com o desenvolvimento territorial local”, argumentou
O Diretor-Geral do Campus Petrolina Zona Rural do IFSertãoPE, Vitor Lorenzo, destacou a parceria entre o instituto e outras instituições, como a Codevasf, no desenvolvimento da região. “Quando a gente tem instituições que têm perfis diferentes, você consegue somar forças e ter um impacto muito mais significativo. O IFSertãoPE, como uma instituição de ensino, seu objetivo principal é a formação de recursos humanos, mas por meio da pesquisa e da extensão, a gente contribui para o desenvolvimento da região. E tendo parceiros que podem nos auxiliar, nesse caso principalmente a Codevasf, ela viabiliza que essas ações aconteçam”, celebrou Lorenzo.
IX Workshop de Aquicultura e Pesca discutiu gestão sustentável e recursos hídricos
Durante três dias, estudantes, pesquisadores, pescadores, empresários e organizações sociais estiveram reunidos debatendo temas relacionados à produção piscícola regional. O tema desta edição foi: “Aquicultura e meio ambiente: gestão sustentável dos recursos hídricos”.
A programação contou com palestras, exposições e oficinas. Para a coordenadora do evento, Carla Samantha Valério, a participação de atores de diferentes etapas da cadeia de produção piscícola foi um destaque do workshop. “O evento foi bastante produtivo. Tivemos a participação do público que nós realmente focamos, entre produtores, estudantes de graduação e pós-graduação e o comércio também. Tivemos o público esperado e toda a programação aconteceu da forma planejada. Como representante da equipe organizadora, nós estamos muito satisfeitos”, finalizou Valério.
Jadir Souza/Ascom